Se há uma coisa que me carrega nos botões é não conseguir comunicar com alguém, seja por palavras, gestos ou desenhos.
No Japão o desafio é maior. Devido ao seu complexo sistema de escrita, que até muitos adultos não compreendem por inteiro, os japoneses especializaram-se em pictogramas e icons para ajudar na comunicação. Resultado desta apurada cultura gráfica, são os emojis nascidos no Japão (junção do “e” de “desenho” e “moji” de “caracter” em japonês).
Problemas na comunicação podem, no entanto, ser uma barreira que pode alterar a percepção que se tem de um país. Isso foi o que aconteceu a um amigo meu que já tinha ido ao Japão sozinho e detestou. Achou o povo antipático, de difícil compreensão e sentiu a orientação como um grande desafio. De salientar que ele já viajou por meio mundo sozinho. Convenci-o a ir comigo e dar uma segunda oportunidade. Adorou. Tanto que há poucos dias estávamos a combinar a nossa próxima ida ao Japão, desta vez para uma zona mais remota e de difícil comunicação, Hokkaido.
Consigo compreender a desorientação que um estrangeiro que não esteja acostumado com a cultura, costumes e língua japonesa possa sentir.
Os japoneses são um povo que gosta de fazer as coisas bem, e que sentem que estão em constante aprendizagem. Por isso, têm uma certa vergonha em comunicar se não dominam uma língua estrangeira como o inglês.
É fácil confundir timidez com antipatia. A sua evolução e diversidade tecnológica também causa uma certa desorientação. Para mim o maior exemplo disso é estar numa casa de banho sentados numa sanita com um jato de água a sair direto para onde menos esperamos e não saber que botão carregar para parar.
No Japão, as sanitas japonesas são muito diferentes das nossas. Aliás toda a casa de banho é diferente, mas isso explicarei noutro artigo.
Começa logo por a sanita estar num compartimento à parte da zona de banho. A maioria das sanitas japonesas são automáticas, ou pelo menos operadas por alguns botões.
Uma vez que eles não têm bidé, a sanita japonesa tem um jato de água para a frente (para as senhoras) e atrás para os rabos. Isto é o básico.
Depois temos as sanitas com tampos aquecidos e que se abrem ou fecham automaticamente, temos com música, de água a correr ou sons de natureza para disfarçar os sons mais incómodos, e as mais avançadas analisam as fezes e urina para ver se está tudo bem ou se temos que ir ao médico.
Isto é tudo muito giro, mas num local em que muitas vezes chegamos com urgência, estar a tentar decifrar pictogramas deixa qualquer um de olhos em bico.
A coisa mais importante a reter é este símbolo 止 que quer dizer STOP ou parar.
Se tudo estiver descontrolado é carregar nesse botão. Depois os outros botões mais comuns são o de bidé ビデ que serve para as senhoras (jato à frente), e o jato atrás, que normalmente vem com os caracteres おしり.
Isto não quer dizer que não se use papel higiénico. Usa-se para limpar depois do jato e deita-se normalmente dentro da sanita.
O botão de autoclismo pode vir à parte deste sistema de botões. Depois podem aparecer muitos botões e funcionalidades, dependendo do modelo, que se tiverem tempo e gostarem de experiências novas incentivo-os a tocar, sem medos.
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